Primeiro lote da bebida neste formato foi enviado para mais de quatro estados brasileiros
Fundada há quatro anos em Florianópolis/SC, a Cervejaria Cozalinda acaba de lançar a versão em garrafa da cerveja Pedras do Itaguaçu, uma de suas principais receitas no estilo “sour”. A cerveja foi criada para lembrar o aroma e o sabor de uma bebida muito desejada pelos amantes cervejeiros e que pouco chega ao Brasil, a belga Lambic. Assim como a cerveja europeia, a Pedras do Itaguaçu também é servida sem gás.
Apesar da semelhança, Diego Simão Rzatki, sócio, cervejeiro e blendeiro da Cozalinda, afirma que a cerveja catarinense não é uma Lambic: “só é possível produzir essa cerveja, conforme manda o figurino, lá na Bélgica”.
Para chegar ao resultado da Pedras do Itaguaçu foram anos de estudos e tentativas. O processo, adaptado para o clima brasileiro, segregou cada etapa. De acordo com Diego, a cerveja chega ao perfil planejado após três fermentações diferentes.
“Na Bélgica o processo é todo espontâneo, mas no Brasil, adotando a mesma técnica, a reprodução das leveduras e bactérias tomam uma sequência diferente e proporções distintas, criando cervejas extremas. O que fizemos foi separar as fermentações e trabalhar para deixar o processo o mais parecido possível com o que ocorre no norte da Europa”, complementa o cervejeiro.
Diferente das IPAs, o rei do “espetáculo” não é o lúpulo, mas sim os microrganismos que fermentam a bebida. O mix definido por Diego teve a presença de uma levedura brettanomyces brasileira em uma das fermentações. “O resultado foi um perfil mais cítrico que o normalmente encontrado nas lambics belgas. Somente na última fermentação utilizamos um blend de leveduras e bactérias da Bélgica”.
O processo da cerveja florianopolitana pode durar de seis a dez meses. O tempo é considerado rápido comparado ao padrão belga. A criação respeitou a característica do estilo original: um envase sem gás, mantendo assim a rusticidade natural da Lambic.
As garrafas foram enviadas para diferentes partes do Brasil na segunda semana de abril. São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são alguns dos destinos. “Envasadas em garrafas numeradas, quem comprar, terá um produto limitado e que, como o vinho, vai evoluir na garrafa”, conta Diego.
O lote, inclusive, é o mesmo da produção que ganhou medalha no último Concurso Brasileiro de Cervejas. A Pedras do Itaguaçu foi escolhida como a melhor Belgian Style Lambic da competição. Uma das quatro medalhas conquistadas pela Cervejaria Cozalinda em Blumenau.
