Responsável pela Cerveja Monástica, do Mosteiro de São Bento em Vinhedo (SP), ele acaba de concluir mais um curso da Escola Superior de Cerveja e Malte

Dom Martinho Zevallos diz que entrou no universo cervejeiro para cumprir um dos três votos realizados na sua consagração: a obediência. Peruano e pós-doutor em física, Juan Yury Zevallos Chávez concluiu em março de 2021 os cursos de Como Montar sua Cervejaria e Tecnologia Cervejeira na Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM). O conhecimento já está sendo aplicado nos rótulos da Cerveja Monástica, produzida no Mosteiro de São Bento, que fica em Vinhedo (SP).

Dom Martinho e a Cerveja Monástica: obediência e paixão pela cerveja Crédito: Divulgação


Depois de sete anos morando na Abadia de Saint Vincent, nos Estados Unidos, Dom Martinho retornou ao Brasil em 2018. No mesmo período, uma cervejaria tinha sido montada no Mosteiro de São Bento, como forma de obtenção de renda – assim como acontece mundo afora.  No dia da inauguração do espaço, o Abade, seu superior, comunicou ao monge que uma das suas missões seria dirigir a produção de cervejas. “Ali começou tudo. Entendi que, no meu trabalho monástico, o Ora et Labora (reza e trabalha) incluiria a cerveja”, conta.

Antes da temporada norte-americana, Juan Yury Zevallos Chávez concluiu o pós-doutorado estudando física nuclear e radioterapia com feixe de elétrons via método Monte Carlo. “Eu conhecia muito pouco do universo da cerveja artesanal. Para quem trabalha na área de exatas, apenas repetir receitas e não entender o porquê das coisas é “fatal ou, no mínimo, uma tragédia”, brinca Dom Martinho. Foi assim que ele chegou a ESCM e, através do conhecimento, diz que a cerveja “capturou seu olhar entre as bebidas”.